CURSOS NO EXTERIOR

Ao embarcar para uma temporada de estudos ou trabalho no exterior, você enriquece sua vida estudantil, profissional e pessoal.

Ao embarcar para uma temporada de estudos ou trabalho no exterior, você enriquece sua vida estudantil, profissional e pessoal Foi só depois de voltar de uma extensa viagem pela América Latina, no início dos anos 1950, que o médico argentino Ernesto Che Guevara começou a se transformar no revolucionário que todos nós conhecemos. "Não sou o mesmo que era antes", escreveu numa de suas anotações sobre a viagem. Pois não é de estranhar que a frase do caderninho de Che Guevara coincida com os comentários dos jovens que voltam de um intercâmbio no exterior.

Além de dar aquele impulso necessário para você incrementar os estudos e turbinar a carreira, uma viagem de intercâmbio amplia seus horizontes e muda sua forma de ver o mundo. Você não só adquire o conhecimento específico que o curso proporciona como também tem de encarar situações que lhe darão maturidade para lidar com os desafios que vão surgir na vida pessoal e profissional. Uma viagem como essa pode revolucionar sua vida.

VÁRIAS OPÇÕES
Sejam quais forem seus planos de estudo ou trabalho no exterior, são diversas as possibilidades de cursos e programas. Você pode fazer um curso de idioma breve, de um mês, ou um mais extenso, de seis meses a um ano. Se estiver no ensino médio, uma boa opção é cursar o high school. Já se seu interesse for cursos superiores, é possível ingressar numa graduação ou mesmo se matricular em cursos de extensão universitária e profissionalizantes.

Quem busca experiência profissional lá fora também encontra alternativas nos estágios. E, se o dinheiro estiver curto, aposte nos programas de trabalho, em que você aprende o idioma e pode até juntar uma graninha.

Com tantas oportunidades e vantagens, a cada ano cresce o número de brasileiros que fazem as malas e embarcam rumo ao exterior. A Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta), entidade que reúne as principais instituições brasileiras que trabalham com cursos e programas no exterior, estima que em 2007 cerca de 85 mil brasileiros tenham ido estudar lá fora, um aumento de 20% em relação ao ano anterior. A recente desvalorização do dólar também vem contribuindo para estimular o intercâmbio, já que os preços dos cursos ficaram mais em conta.

AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA
Embora um intercâmbio no exterior tenha inúmeros benefícios, há sempre o receio de largar uma vida confortável ao lado dos pais para se aventurar numa experiência lá fora, onde você vai ter de se virar sozinho. Mas, quem sabe, não chegou a hora de começar a conquistar sua independência?

Foi o que pensou a paulista Stefania dos Anjos, de 17 anos. Em agosto de 2006, ela partiu para Winnipeg, no Canadá, onde ficou até junho de 2007 fazendo high school. Além da experiência de cursar um ano do ensino médio no exterior, Stefania diz que amadureceu muito com a viagem. "Antes eu era muito dependente dos meus pais para fazer qualquer coisa e, lá fora, tive de me virar."

Como a mesada que seus pais lhe mandavam era limitada, ela também aprendeu a administrar melhor o dinheiro. Outro efeito positivo que o intercâmbio causou em Stefania foi com relação à timidez. "Na escola eu tinha de tomar a iniciativa e chegar para conversar com os colegas, porque ninguém vinha falar com a gente. Acho que, por causa disso, hoje sou mais comunicativa e menos tímida", conta.

DESTRAVANDO A LÍNGUA
Para quem deseja escalar alguns degraus na carreira, um curso no exterior certamente irá fazer bem ao currículo (veja mais no boxe abaixo). Por trabalhar em uma empresa de consultoria e auditoria com atuação global, o administrador Leandro Riggo, de 26 anos, começou a perceber que seu inglês intermediário já não era suficiente para dar conta de relatórios e conversas com estrangeiros. A solução foi tirar uma licença do trabalho e embarcar para Dublin, na Irlanda, onde estudou inglês entre setembro e dezembro de 2007. "Hoje o meu inglês já sai naturalmente, não trava mais como antes. Tenho me saído muito bem nas reuniões com estrangeiros", orgulha-se. Além disso, Leandro acredita que o fato de ter estudado numa sala com alunos de diversas partes do mundo lhe trouxe ganhos não só profissionais, mas também pessoais. "Tive contato com gente de todos os lugares, culturas e crenças e acho que isso me ensinou a respeitar mais as diferenças. Foi uma experiência muito bacana."
 

Fonte: Guia do Estudante